Títulos investidos por pessoas físicas alcançaram o valor de R$ 99,9 bilhões em setembro deste ano, segundo o Tesouro Nacional
Para quem não conhece, investir em títulos públicos federais pode parecer um pouco complicado e arriscado no primeiro momento por conta dos desafios enfrentados pelo governo para alavancar a economia brasileira. Isso somado a eleição presidencial, a alta da taxa de juros no país e nas grandes potências do mundo como Estados Unidos, China e Europa, podem provocar uma visão distorcida sobre os investimentos por meio do Tesouro Direto.
Mas, você, sabe como funciona essa modalidade?
Antes da resposta é preciso entender que o Tesouro Direto é um Programa do Tesouro Nacional criado em 2002, em parceria com a B3, para vender títulos públicos federais para pessoas físicas, de forma 100% online, democratizando o acesso às aplicações. Esses títulos apresentam diferentes tipos de rentabilidade (prefixada, ligada à variação da inflação ou da própria Selic), prazos de vencimento e fluxos de remuneração.
O assessor de investimentos da Monte Bravo de São José dos Campos, Breno Andrade, explica que aplicar em títulos públicos federais é basicamente emprestar dinheiro ao governo federal, que precisa captar recursos para financiar projetos nas áreas da saúde e educação, por exemplo. Sendo assim, o investidor receberá o valor emprestado com correções de juros.
“Diferente do que se possa imaginar em tempos de crise, investir em títulos públicos pode ser um bom negócio para o investidor. Esses três tipos –prefixado, pós-fixado ou título associado à inflação, oferecem menor risco em relação a outras aplicações no mercado, que é o risco de crédito. Ou seja, quando faço um investimento e aplico, por exemplo, num CDB ou eventualmente em Debêntures, CRIs ou CRAs, posso ter maior risco de crédito, que é o risco do devedor não pagar essa dívida, no caso a empresa ou o banco. E isso vem a quebrar”, disse.
Breno explicou que o prefixado determina a taxa e se isso será bom ou ruim, dependerá das condições do mercado. “Por exemplo, no atual nível da taxa de juros começa a fazer sentindo pensar eventualmente em títulos prefixados, tendo em vista uma baixa probabilidade da taxa de juros aumentar ainda mais, então teoricamente prefixar numa taxa mais alta, a gente tende a ter retornos interessantes no longo prazo quando os juros estiverem num patamar mais baixo”, afirmou.
Segundo o assessor de investimentos, os títulos que pagam inflação mais taxa prefixada também pode ter boa rentabilidade daqui para frente, no entanto o investidor, em muitos casos, não está acostumado com uma oscilação no preço desses títulos. É preciso entender que não é uma oscilação na rentabilidade, mas sim no preço desses ativos, que consequentemente interfere no que o cliente enxerga na plataforma.
“É a marcação a mercado, que nada mais é do que a oscilação do preço dos ativos diariamente, que podem ou não influenciar na tomada de decisão do investidor de vender esse ativo antes do vencimento. Se ele coloca um título prefixado ou um título que tem inflação mais uma determinada taxa e tiver condições de levar o título até o vencimento, ou seja, a gente investe hoje num período de cinco anos e carrega esse título até o vencimento, sem vender antecipadamente”, disse.
Segundo ele, a marcação a mercado pouco vai influenciar nesse título, porque a rentabilidade que ‘pré-contratei’ terei na íntegra no vencimento. “No entanto, se eu resolvo resgatar antes do tempo, entra-se na dificuldade de prever quanto o investidor irá resgatar (no caso de títulos pré-fixados e associados a inflação) pois a oscilação dos preços podem influenciar o resgate antecipado”, finalizou.
O assessor de investimentos da Monte Bravo em São José dos Campos, Breno Andrade, está à disposição para conceder entrevista sobre o assunto.
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