Evento “Perspectivas Macroeconômicas 2023” reuniu dezenas de assessores, investidores e especialistas do mercado financeiro em São Paulo
Seguindo a decisão das últimas quatro reuniões do Banco Central, o Copom (Comitê de Política Monetária) deve manter a taxa básica de juros, a Selic, a 13,75% ao ano. O próximo encontro da equipe técnica está programada para os dias 31 e 1º de fevereiro. Com isso, o cenário para o investidor conservador deve ser de cautela para o primeiro semestre, focando numa carteira mais diversificada.
A sinalização do BC em manter a taxa nesse patamar ocorre em meio as incertezas do
rumo do novo governo para a economia e os desafios para a retomada da produção de riqueza no país, além dos juros altos também nas grandes potências como os Estados Unidos. Por lá, o FED (Banco Central dos EUA) já sinalizou que deve aumentar a taxa na próxima reunião, prevista também para ser realizada em 1º de fevereiro.
Com esse cenário de inflação em boa parte dos países, os resquícios da pandemia da Covid-19 e os prejuízos provocados pelos conflitos geopolíticos como na Ucrânia, o que os investidores podem esperar do mercado financeiro no país?
Para responder a essa pergunta e discutir o panorama da macroeconomia, a WFlow, empresa especializada em assessoria de investimentos credenciada à XP, realizou o Painel “Perspectivas 2023”, na noite da última terça-feira (17), em São Paulo. O evento reuniu dezenas de assessores, investidores e especialistas da área para apresentar os pontos de vista sobre o atual cenário político e econômico, além de compartilhar as projeções para esse ano.
De forma prática os investimentos conservadores tendem a ganhar mais força porque são indexados à taxa de juros no país, segundo Paulo Saad, sócio da WFlow. “Os aportes em ativos de renda variável tendem a perder um pouco a atratividade, mas isso não quer dizer que o investidor deva investir apenas em renda fixa? A resposta é não. Temos um cenário favorável também para quem pensa investir em renda variável, mas é óbvio que a palavra-chave é ter uma boa carteira de investimentos diversificada”, explicou Saad.
Essa opinião também é compartilhada por outros dois especialistas: o sócio-fundador da Vinland Capital, Felipe Arslan, com 26 anos de experiência no mercado e passagens pelos bancos americanos Morgan Stanley e Goldman Sachs, e o sócio-fundador da Upon Global Capital, Pedro Silveira, com experiência em grandes bancos como o Citibank e o HSBC, além de ter sido sócio-controlador da XP, diretor e head institucional da XP Investimentos e CEO da XP.
“A palavra da vez é diversificação. Ter uma carteira equilibrada, exposta a diferentes mercados e geografias é essencial. Vai ser um ano de muita volatilidade, mudança de governo, com um cenário internacional desafiador. Procure o seu assessor de investimentos e tenha uma carteira mais diversificada e conservadora, pois é um ano de incertezas e de juros altos”, afirmou Pedro.
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